
A Jornada do Povo de Israel: Uma Caminhada de Desobediência
Estou relendo a Bíblia e refletindo sobre a história do povo de Israel. Sempre que me deparo com os relatos de como eles passaram anos rodeando o deserto – quando o trajeto poderia ter sido encurtado – percebo como muitas vezes dificultamos o agir de Deus em nossas vidas.
A desobediência e o hábito constante de murmuração impediram Israel de entrar rapidamente na terra prometida. O Senhor operava milagres, provia o necessário, manifestava Sua glória, mas ainda assim o povo resmungava, desejava voltar ao Egito e se afastava dos mandamentos divinos.
“Naquela noite, toda a comunidade começou a chorar em alta voz. Todos os israelitas queixaram‑se de Moisés e de Arão, e toda a comunidade lhes disse: ― Quem dera tivéssemos morrido no Egito! Ou neste deserto! Por que o Senhor está nos trazendo para esta terra? Só para nos deixar cair à espada? As nossas mulheres e os nossos filhos serão tomados como despojo de guerra. Não seria melhor voltar para o Egito? Disseram uns aos outros: ― Escolheremos um líder e voltaremos para o Egito! ” – Números 14:1-4
“Ao ver que Moisés demorava a descer do monte, o povo juntou‑se ao redor de Arão e lhe disse: ― Venha, faça para nós deuses que nos conduzam, porque a esse Moisés, o homem que nos tirou do Egito, não sabemos o que aconteceu. Arão respondeu‑lhes: ― Tirem os brincos de ouro das suas mulheres, dos seus filhos e das suas filhas e tragam para mim. Todos tiraram os brincos de ouro que tinham nas orelhas e os levaram a Arão. Ele os recebeu e os fundiu, transformando tudo em um ídolo, que modelou com uma ferramenta própria, dando‑lhe a forma de um bezerro. Então, disseram: ― Estes são os seus deuses, ó Israel, que tiraram vocês do Egito! Vendo isso, Arão edificou um altar diante do bezerro e anunciou: ― Amanhã haverá uma festa dedicada ao Senhor . Na manhã seguinte, levantaram cedo e ofereceram holocaustos e ofertas de comunhão. O povo se sentou para comer e beber e levantou‑se para se entregar à farra. ” – Êxodo 32:1-6
Israel era um povo escolhido e amado por Deus, chamado para viver debaixo de Suas promessas. O Senhor desejava que eles O adorassem e obedecessem, sem colocar outros ídolos em seus corações (Deuteronômio 6:13-15). Além disso, Deus ansiava por um relacionamento genuíno com eles. Contudo, desde a queda, a humanidade se corrompe, sendo seduzida pelo orgulho e pela insatisfação. O resultado? Muitos da geração que saiu do Egito morreram no deserto, pois não confiaram plenamente em Deus.
“O Senhor disse a Moisés e a Arão: ― Até quando esta comunidade ímpia se queixará de mim? Tenho ouvido as murmurações desses israelitas queixosos. Diga‑lhes: “Tão certo como eu vivo”, declara o Senhor , “farei a vocês exatamente o que me pediram: cairão neste deserto os cadáveres de todos vocês, de vinte anos para cima, que foram contados no recenseamento e que se queixaram de mim. Nenhum de vocês entrará na terra que, com a mão levantada, jurei dar‑lhes para a sua habitação, exceto Calebe, filho de Jefoné, e Josué, filho de Num. ” – Números 14:26-30
Sansão: Escolhido, mas Escravizado por Suas Próprias Escolhas

Recentemente, fui impulsionada pelo Espírito Santo a reler a história de Sansão. Apesar de já conhecer sua trajetória, decidi obedecer ao Senhor e buscar o que Ele queria me ensinar.
Sansão foi escolhido por Deus antes mesmo de nascer, separado para ser um libertador de Israel (Juízes 13:5). No entanto, em vez de seguir o propósito divino, ele se entregou às concupiscências da carne. Seu desejo por mulheres pagãs colocou sua vida em risco diversas vezes. Embora tenha sido alertado pelos pais, Sansão insistiu em seguir sua própria vontade.
“Sansão desceu a Timna e viu ali uma mulher do povo filisteu. Quando voltou para casa, disse ao seu pai e à sua mãe: ― Vi uma mulher filisteia em Timna; consigam essa mulher para ser a minha esposa. O seu pai e a sua mãe lhe perguntaram: ― Será que não há mulher entre os seus parentes ou em meio a todo o nosso povo? Você tem que ir aos filisteus incircuncisos para conseguir esposa? Sansão, porém, disse ao pai: ― Consiga‑a para mim. É ela que me agrada.” – Juízes 14:1-3
Algo que me chama atenção em sua história é a quantidade de vezes que Dalila perguntou sobre o segredo de sua força. Mesmo percebendo que ela o traía, Sansão brincou com o perigo até revelar a verdade. Portanto, sua desobediência teve um preço alto: ele foi capturado, teve seus olhos arrancados e foi levado ao moinho como escravo (Juízes 16:4-21).
“Os filisteus o prenderam, furaram‑lhe os olhos e o levaram para Gaza. Prenderam‑no com algemas de bronze e o puseram a girar um moinho na prisão. ” – Juízes 16:21
As Consequências de Brincar com o Pecado
Assim como Sansão, quantas pessoas hoje brincam com o pecado até que seja tarde demais?
Quantos jovens começam a experimentar drogas e acabam destruindo suas vidas?
Quantos casamentos foram desfeitos por flertes que começaram com mensagens inapropriadas, amizades íntimas demais ou brincadeiras que pareciam inocentes?
Quantas pessoas se tornaram viciadas em pornografia porque, no início, acessaram conteúdos aparentemente inofensivos, movidas pela curiosidade? O que começou com uma simples olhada em uma imagem ou vídeo acabou gerando um ciclo viciante de desejo e insatisfação, levando a uma vida de escravidão aos impulsos da carne e afetando relacionamentos, autoestima e comunhão com Deus.
A história de Sansão nos ensina que o pecado nos torna cegas e escravas. Antes de perder sua visão física, ele já havia perdido a visão espiritual há muito tempo. A mesma cegueira espiritual atingiu o povo de Israel, que permaneceu preso em um ciclo de murmuração, idolatria e desobediência.
Deserto ou Moinho? Escolha Ser Livre em Deus
O que o pecado faz conosco? Ele nos aprisiona, nos escraviza e nos faz andar em círculos. Assim como Israel vagou pelo deserto e Sansão passou seus últimos dias girando um moinho, muitas pessoas vivem presas a ciclos destrutivos.
O moinho, na época, era um local onde os escravos eram forçados a girar uma pedra pesada repetidamente, sem progresso, sem liberdade. Da mesma forma, o pecado nos mantém presas a padrões que nos desgastam e não nos levam a lugar nenhum, ou pior, nos levam para longe de Deus.
Mas existe uma escolha! A verdade que muitos não querem aceitar é que, de uma forma ou de outra, seremos escravas. Podemos ser escravas do pecado, dos prazeres e paixões deste mundo, ou podemos escolher ser servas de Cristo.
Na cultura hebraica, um escravo que amava seu senhor e desejava permanecer sob sua proteção tinha a opção de se tornar um “escravo de orelha furada” (Êxodo 21:5-6). Isso significava que ele escolhia, por amor, dedicar sua vida ao serviço daquele que o tratava com justiça.
Qual é a Sua Escolha?
O que você prefere? Continuar dando voltas no deserto da desobediência? Permanecer presa no moinho, cega pelo orgulho e endurecida pelo pecado?
Hoje, Deus te chama ao arrependimento. Admita seus erros, confesse-os, arrependa-se e clame pela graça e perdão do Senhor enquanto ainda há tempo.
Escolha a liberdade em Cristo!
“Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres.” – João 8:36

Escritora e Fundadora do Bem-Aventuradas em Cristo.
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